Historicamente com a deficiência física e intelectual não foi diferente.
Pais em tempo remotos tiveram que superar as pressões sociais existentes para manter seus filhos deficientes a salvo, protegidos e proporcionar-lher alguma instrução e convívio social.
Nos tempos atuais continuamos a lutar contra estas pressões.
Todavia, graças aos avanços tecnológicos, ao acesso aos exames de imagens e as novas pesquisas no meio científico académico está sendo possível compreender as deficiências para melhor atuar sobre elas.
Em contra partida ainda há uma pequena minoria da sociedade que ignora estes estudos e partindo do pressuposto de que deveria haver uma sociedade perfeita difunde ideias que segregam e excluem cada vez mais as pessoas, pois no mundo ideal delas só há lugar para pessoas "produtivas" "boas", "saudáveis", que pensam da mesma forma e que tenham as mesmas características físicas.
Sinceramente, uma sociedade pautada na hegemonia tem na verdade pessoas que de longe não sabem o que significa amar o próximo, talvez porque nunca foram amadas, não receberam toque atenção e limites, muito provavelmente são tão egocêntrico e mimadas que não percebem que está dentro de nós o dualismo e a imperfeição.
A vida é repleta diversidade e, na diversidade encontramos motivação e superamos desafios.
Minha trajetória em busca da inclusão começou antes do meu filho atípico nascer. Tenho a nítida lembrança de ainda pequena repudiar os deboches às pessoas em situação de vulnerabilidade ou deficiência, na adolescência tinha amigos surdos e aprendi a línguagem de sinais para poder me comunicar com eles. Adorava poder compreender o que pensavam e tê-los perto. Já recém formada desdobrava-me para atender as demandas e as dificuldades dos alunos com atraso cognitivo, portadores de deficiência intelectual, comportamental ou física.
Mas foi mesmo deparar-me com situações de preconceito, olhares e comentários maldosos em relação ao Victor que percebi o tamanho da luta interna e externa que teria que enfrentar!
Quando ele entrou na escola percebi que a luta era ainda maior, pois faltam recursos, sobretudo, recursos humanos, que garantam igualdade de direitos, e está nas mãos das autoridades a disponibilização destes.
Convido você a observar a sua volta, e identificar pessoas que precisam ser incluídas para que você possa fazer sua parte sendo um agente da inclusão.
Peço que divulguem meus áudios e textos para assim formarmos uma força social que sensibilize e de respostas as necessidades da pessoa com deficiência.