Tenho um filho portador de deficiência.
Você não imagina o peso destas palavras.
Quem o conhece sabe que ele é risonho e quer abracar, beijar e apertar as pessoas com as quais convive.
Um menino lindo, cheio de forca e tiques, cheio de energia e vontade de viver.
Mas que com o aumento do número de casos de covid 19 está em casa sem o convívio com seus pares, por mais que eu explique ele não consegue proteger-se, tira a máscara, coloca tudo na boca, por esse motivo, não é seguro para ele ir a escola, que não oferece recurso para que ele lá esteja. Seria necessário haver uma pessoa com ele a tempo inteiro e não há.
Estes últimos meses têm sido desgastantes, e isso se reflete no comportamento dele é claro! Ele voltou a gritar muito, está impaciente e nervoso. Ao fim, toda a familia é impactada.
Ainda bem que temos uma ajudante de peso, Mira a quem ele recorre sempre que sente-se inseguro.
Todos os dias ao tomar a injeção que faz parte do tratamento, ele chama por ela! Quanta cumplicidade envolvida!!!
Todos os dias vai para o quintal brincar de correr atrás dela...
Com relação ao comportamento, ele precisa de limites como toda crianca, e temos nos esforçado para que ele compreenda que há regras de convívio. Mas temos consciência de que acima de tudo ele precisa de carinho, atenção e convívio com outras crianças para aprender com elas.
Assim, apelo aos pais, eduquem seus filhos desde cedo a não apontar e julgar crianças e adultos com deficiência, eduquem eles para que possam tratar a pessoa com deficiência com compaixão, que é diferente de dó.
Eles precisam de apoio, não de críticas, eles precisam interagir, eles precisam sentir que são amados não apenas pela família, mas pela comunidade da qual faz parte.
Apelo para as autoridades que administram o dinheiro dos nossos impostos para que invistam na pessoa com deficiência para que elas possam desenvolver suas potencialidades e autonomia.
Victor amanhã vai sair no jornal Publico e terça pela manhã aparecerá na televisão, sempre que convidam eu gosto que ele participe para que possamos realmente viver numa sociedade que inclui e integra o deficiente. Afinal, penso que numa sociedade inclusiva o peso da palavra deficiência talvez nem exista!!!