O tão sonhado ano letivo está de volta.
Desta vez com muitas dúvidas e apreensão...
Mas no coração a esperança de que tudo corra bem e que os alunos possam ter um retorno seguro e repleto de novas descobertas e aprendizagens e dias felizes.
Gostaria de convidar todos os pais, encarregados de educação e alunos a uma breve reflexão:
Será que todas as crianças/alunos reagiriam da mesma maneira se contraíssem o coronavirus sars-covid-2 (Covid-19) ?
Esta doença mostrou-se muito contagiosa, apesar de não haver consenso entre especialistas sobre sua ação nas crianças, e possíveis sequelas, nossa melhor ação enquanto pais é agir na prevenção.
Penso principalmente nas crianças que são doentes crônicas e no quanto precisamos lutar para que eles também possam frequentar a escola com segurança, afinal eles também tem sonhos, expectativas e precisam do ambiente escolar.
Meu filho é doente crônico, possui uma doença rara.
Como os demais alunos Portugueses está desde março em casa, mas estar com os seus pares, crianças da mesma faixa etaria, é fundamental para seu desenvolvimento, ele possui um atraso cognitivo acentuado. E nos surpreende demonstrando que sente falta da escola e dos amiguinhos.
Por este motivo, enquanto pais tivemos que ponderar muita coisa e chegamos a conclusão que se reduzirmos o tempo de exposição dele na escola e se ele estiver sob supervisão, provavelmente conseguiremos que não se contamine.
Por este motivo ele vai frequentar a escola apenas 2h por dia, não fará refeições na escola, minimizando o risco de contágio, situação que será reavaliada no decorrer dos dias, em função das medidas de prevenção adotadas pela escola, e casos que possam surgir.
Penso que se cada um seguir a premissa de fazer ao outro o que gosta que façam si mesmos, tudo correrá bem.
Então, apenas cabe a mim acreditar que todos os pais irão orientar os seus filhos a protegerem-se a si e protegerem os coleguinhas da escola, cumprindo os protocolos de higiene, etiqueta respiratória, e evitem o contacto físico.
Orientar as crianças, fazê-las pensar sobre o assunto, sem assustá-las é muito importante para que elas acolham, incluam, e protejam criancas como o Víctor, para que não as tratem com diferença, com desprezo só porque elas possuem dificuldades e uma condição de saúde diferente das demais crianças.
Afinal, ser amigo é amar o outro, como ele é, é cuidar um do outro.
As crianças com doenças crônicas não podem receber beijinhos e abraços, mas se pararmos para pensar, neste momento, em que um vírus altamente contagioso circula no mundo, outras formas de afeto podem ser inventadas, precisamos educar nossos filhos para viver estes tempos...
Vamos amar mais e julgar menos!