Invisível

Depois de três meses enviando e recebendo e-mails para a Universal Music, sempre em cópia a Associação Acesso Cultura, Bengala Mágica e Acapo (que foram ignorados pela produtora) chegou o dia do espetáculo Panda e os Caricas.

Eu levei o meu filho mesmo sabendo através do último e-mail que nada foi feito para o colocar na primeira fila, onde ele poderia ver o espetáculo.

Comprei o meu ingresso, porque o dele a produção quis “oferecer”, uma forma de compensá-lo por não ver o espetáculo, mas apenas ouvir! Exigi pagar a bilheteria mínima já que não deveria ser obrigada a pagar mais para estar na área vip pelo meu filho possuir deficiência visual.



Sentamos na ponta da terceira fila. Ele não via nada. Estava calmo e feliz, mas pedia o tempo todo para ir para frente para poder  ver o Panda de perto.


No intervalo sensibilizei os staffs que conseguiram com a segurança que ele sentasse no chão com a cadela de assistência eu e o irmão, sem incomodar quem estivesse atrás de nós nas cadeiras que deveriam (se a produção pensasse nestas crianças) ter sido reservadas para pessoas com baixa visão como meu filho, mas não foi.


Os pais que estavam na fila da frente soltaram seus filhos e em menos de dois minutos várias crianças começaram a dançar e pular sobre a gente. A Mira(cadela de assistência) tinha que levantar-se várias vezes porque as crianças invadiam seu espaço. O Víctor tinha crianças a sua frente, bloqueando a visão, saltando e pulando em volta dele. Uma senhora sentou-se com a filha entre eu e o Víctor. Eu não me senti mais perto para a Mira ter espaço e ficar perto do Víctor.


Uma falta de respeito generalizada! Penso que realmente os pais e responsáveis por aquelas crianças pequenas não imaginaram que o Víctor, aquele menino era deficiente, e por isto estava sentado à frente, ali com um cão e com sua mãe sentada com o irmão (pequeno ao colo). Elas não pararam para pensar, elas não tiveram empatia alguma!

Não se colocaram no lugar dele e foi uma completa falta de respeito!!!

Até os Caricas se admiraram com a presença do cão, mas não interromperam para tentar ajudar e compreender o que se estava a passar. Ali seria uma ótima oportunidade de sensibilizar as pessoas!

Mas infelizmente continuamos invisíveis!!!

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